A Cruz de Santo André representa,
no universo BDSM, o símbolo da humildade e do sofrimento, do martírio.
Ela nos
remete à história de Santo André, apóstolo de Cristo, nascido em Betsaida da
Galiléia, também conhecido como o Afável foi escolhido para ser um dos Doze, e
nas várias listas dos Apóstolos dadas no Novo Testamento é sempre citado entre
os quatro mais importantes. Pescador em Cafarnaum, foi o primeiro a receber de
Cristo o título de Pescador de Homens e, portanto, o primeiro a recrutar novos
discípulos para o Mestre. Filho de Jonas tornou-se discípulo do João
Batista.Estava presente na Última Ceia. Ajudou a estabelecer a Fé na Palestina,
passando provavelmente por Cítia, Épiro, Acaia e Hélade. Para Nicéforo ele
pregou na Capadócia, Galácia e Bitínia, e esteve em Bizâncio, onde determinou a
fundação da Igreja local e apontou São Eustáquio como primeiro bispo.
Finalmente esteve na Trácia, Macedônia, Tessália e Acaia. Foi na Grécia,
segundo a tradição, durante o reinado de Trajano, que foi crucificado em Patros
da Acaia, cidade na qual havia sido eleito bispo, por ordem do procônsul romano
Egéias. Atado, não pregado, a uma cruz em forma de X, que ficou conhecida como
a cruz de Santo André, embora que a evidência generalizada deste tipo de
martírio não seja anterior ao século catorze. Suas relíquias foram transferidas
de Patros para Constantinopla (356) e depositadas na igreja dos Apóstolos
(357), tornando-se padroeiro desta cidade. Quando Constantinopla foi invadida
pelos franceses no início do século treze, o Cardeal Pedro de Cápua trouxe as
relíquias à Itália e as colocou na catedral de Amalfi. Anos mais tarde,
decidiram levar seus restos mortais para a Escócia, onde fora escolhido
padroeiro, mas o navio que os transportava naufragou em uma baía que, por esta
ocorrência, passou a ser denominada de Baía de Santo André. É honrado como
padroeiro da Rússia e Escócia e no calendário católico é comemorado no dia 30
de novembro, data de seu martírio.
Para a maçonaria, Santo André, é
apóstolo, irmão de São Pedro, martirizado em Acaia, onde, segundo a tradição,
foi crucificado em uma cruz em forma de "X", a partir da qual o nome
de "Cruz de Santo André" dado a essa forma de cruz. O seu martírio
foi muitas vezes representado na arte cristã e recolhido pela tradição
maçônica. Padroeiro da Escócia, ele é igualmente o santo patrono da Grande Loja
da Escócia. Conta-se que, na Idade Média, quatro cavaleiros que partiram da
Escócia rumo a Jerusalém haviam levado o segredo da Arte Real. Tendo descoberto
uma misteriosa pedra quadrangular, tinham-ma partido e retirado três pedaços,
destinados à preparação da pedra filosofal e correspondentes aos três símbolos
do Sal, do Enxofre e do Mercúrio. Seguia-se uma série de purificações cujo
esoterismo dá vertigens e cujo termo era a realização final da Estrela
resplandescente, com a significação conhecida pelos iniciados.
O rei da Escócia David II criara
o título da Ordem de Santo André e decretara que os cavaleiros seriam membros
de direito da Ordem de Chardon. No formato de um "xis" (x), simboliza
a união do mundo superior com o mundo inferior e tem esse nome porque consta
que Santo André teria sido supliciado numa cruz com esse formato. Ela
simboliza, também, o infinito incognoscível, pois suas hastes divergem até ao
infinito. É uma das "chaves" para alfabetos maçônicos.
Santo André vem do do grego
Ανδρέας (André - «másculo», «viril»), santo e mártir cristão. Mas, sendo judeu,
certamente o seu nome não seria André, mas talvez um correlato em hebraico ou
aramaico. É o patrono nacional da Escócia, que tem na sua bandeira um decalque
da Cruz de Santo André, e é festejado, tanto pela Igreja Católica como pelas
Igrejas Orientais no dia 30 de novembro.