Às vezes fico me perguntando por que tantas pessoas tem medo
de demonstrar seus sentimentos e de vive-los intensamente? Por que alguns
insistem em taxar de "baunilha" toda manifestação de afeto demonstrada
entre Donos e submissas?
Não importa se é baunilha ou BDSM, o que importa são os
sentimentos. E que ultimamente vem sendo deixados de lado, esquecidos. Estão sendo atropelados pela
correria do dia-a-dia e pelo medo e
insegurança de se ter relações verdadeiras e reais.
Vivenciamos experiências virtuais muitas vezes com medo de
levá-las ao real, preferindo praticar o imaginário, a ilusão e “segurança” do
mundo virtual.
Podemos aprender
diversas teorias nos mais variados sites, mas a prática, essa só conseguimos
vivenciando e experimentando. E assim, aprendendo a lidar com nossos medos,
incertezas e inseguranças. Precisamos da
teoria como guia base, porém, a prática é que será o grande diferencial dentro
da relação, essa sim irá definir o jogo
e não me refiro apenas as teorias BDSM , mas também as teorias baunilhas.
E quem foi que disse
que essa relação dentro dos preceitos BDSM deve ser fria, distante, sem emoção?
Onde está escrito que o BDSM não é movido a emoções?
A emoção, o sentimento... É isso que nos leva as teorias e
às práticas. E isso nada tem de "baunilha", isso é sentimento verdadeiro, verdadeira entrega, tanto do Dono para a submissa
e vice-versa. Porque relação é isso: uma troca, uma cumplicidade, confiança e
lealdade para com o outro. E esses elementos, servem tanto para o BDSM quanto para o mundo
baunilha.
Mas nem todos conseguem vislumbrar essa grandeza, nem todos
conseguem vivenciar esse momento. Alguns passam pela vida sem jamais
experimentarem a emoção da entrega ao outro, o cuidar do outro, ou aquela
cumplicidade onde não se faz necessário palavras.
Viver essas emoções não é fácil, precisamos nos entregar sem
tantos medos ou receios, temos que confiar em nosso parceiro, seja baunilhas ou
BDSM, e ai encontramos a insegurança, o mundo parecer ruir. Bate aquela inquietação:
"e se eu me entregar e não for correspondida ou correspondido?". Essa
pergunta não poderá ser respondida a menos que você se permita experimentar tal
entrega, tal confiança.
Se cair, der errado, com certeza irá doer, mas se formará
uma cicatriz que te servirá de base no seu crescimento e desenvolvimento como
mulher, como submissa. É como aprender a andar de bicicleta, caímos, levantamos
e tentamos novamente, aprendendo com cada queda para não mais repetir o mesmo
erro, até o dia que finalmente conseguimos nos equilibrar sobre duas rodas e
saímos felizes pedalando para o mundo.
Relações não são fáceis em nenhum meio, mas nem por isso
podemos nos restringir a não vive-las.
No BDSM as relações
também são complicadas, trabalhosas, requer paciência e muito cuidar de ambas
as partes, e muito pior quando essa relação não se permite viver a relação o
que"alguns poucos", chamam de "baunilha" dentro do meio.
Vivamos nossas relações da melhor maneira que convenha ao
nosso Dono e a nós, pois o que realmente irá importar no final será a nossa
felicidade, a felicidade do casal. Se tem vontade de dizer eu te amo ao seu
Dono, então diga! Se quer lhe dedicar uma poesia, dedique! E o Dono também, porque não?! Onde esta a regra
que nos impede de tal demonstração?!
Para que taxarmos disso ou daquilo?! Por que ao invés de nos
preocuparmos com os nomes não passamos a nos preocupar em sermos felizes?!
Relação BDSM não é feita de tapas , é feita de entrega, de responsabilidade,
de dedicação, de amor e respeito.